Leilinha vem pela primeira vez passear na praça. Está toda enfeitadinha, com olhinhos curiosos a ver tudo o que se passa em todo lado e se encanta por todos os assuntos, mas só observa, nada diz.
Até que a visão daquela mulher adormecida na relva lhe chama bastante atenção. Um semblante misterioso e sempre envolvente, mesmo de olhos fechados. Era a mãe de Leila: Sucubus. Ao se aproximar, percebe que no colo dela está um livrinho e, curiosa como é, não resiste a pegá-lo e folheá-lo.
Poemas!!! Enfim os poemas que a mamãe escreve!!! - Pensa Leila enquanto se entristece, se anima, se apaixona e se torna cúmplice dos sentimentos que ali vão expostos poeticamente.
Sentindo-se intimamente tocada por aquelas palavras, Leila não consegue resistir a deixar sua marca, sua presença no livro das sombras da mãe. E dá sua contribuição, arriscando até ficar de castigo por ser tão cusca e metida a trovadora juvenil sem talento algum. Mas a tentação é demais. Impossível resistir.
Mordendo a língua e com extremo cuidado para nao tirar sua mami dos braços de Morfeu, ou seja, para não acordá-la, Leila molha a pena na tinta e escreve a primeira trova que lhe vem à mente:
" Como tomate e ate cebola
Mas não suporto alho
Que bonita minha mamãe
Sob um tronco de carvalho!"
Leila, com a cara mais sapeca do mundo, balanca o livro ao vento para a tinta secar, fecha-o, coloca no colo da mãe e sai o mais depressa possível, para não ser pega em flagrante.
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"O juizo passou longe
mas fica aqui o coração" (by Tio Cielo)
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